Escultura da Deusa Mãe Athirat, também chamada Asherah - detalhe de uma caixa de marfim de minat al-Bayda' perto de Ras Shamra (Ugarit), c. 1300 aC; no Museu do Louvre. Fotografo desconhecido.
Os poetas gregos da antiguidade foram mestres em relatar a existência de uma “ordem natural” das coisas, mantida pela figura de três seres femininos, as Erínias, que tinham por missão manter a ordem. Na Grécia matriarcal pré-helênica, elas se vingavam e puniam aquele que matasse seu parente próximo, sobretudo sua mãe. Na peça Orestia, do poeta Esquilo, Orestes, filho do rei Agamenon, mata a mãe, Clitemnestra, que juntamente com seu amante, havia matado o rei. Este e outros crimes de Orestes foram executados sob as ordens de Apolo, o que enfurece as Erínias, que saíram em sua perseguição. Levado a julgamento, este resultou num impasse, que foi decidio por Atena, a Deusa da Sabedoria. Seu voto deixou Orestes livre de qualquer castigo pelo matricídio. Insatisfeitas, as Erínias exigiram vingança.
Além de Ésquilo, inúmeros poetas gregos deram sequência a este mito, marco da passagem da tradicional ordem matriarcal para uma nova ordem em ascensão, a patriarcal.
Embora a discussão fosse ancestral, o termo MATRIARCADO só veio a ser cunhado pelo jurista e antropólogo suíço Johann Jakob Bachofen (1815-1887). Segundo ele, a organização social se deu com o modelo matriarcal e se estendeu por todo o período paleolítico, sobrevivendo até o neolítico. Apesar de não ser exatamente uma inovação, suas teorias não foram aceitas pelos seus pares, no século 19, provavelmente porque a sociedade daquele tempo não admitia tal protagonismo para as mulheres.
Apesar da influência das ideias propagadas por Bachofem, o nascente Movimento Feminista também as rechaçou por entender que a palavra MATRIARCADO poderia ser entendida como inversamente semelhante a PATRIARCADO, que é um sistema social em que os homens mantêm liderança política, privilégio social, controle dos bens materiais e o poder sobre a mulher e filhos. Defender a existência de um MATRIARCADO seria admitir a existência de um sistema social em que as mulheres mantiveram a liderança política, tiveram privilégios sociais, controlavam os bens materiais e exerciam total poder sobre o homem, o que nunca foi comprovado.
Adotar o termo seria admitir a hipótese de que, se atualmente o PATRIARCADO oprime a mulher, provavelmente no passado existiu um MATRIARCADO que oprimiu o homem.
O problema é que a ciência jamais encontrou evidências disso. Portanto, é inadequado usar o termo MATRIARCADO para que ele não seja interpretado como sendo um PATRIARCADO invertido.
Contrapondo-se à Teoria do Matriarcado, Riane Eisler (1931-) elaborou a Teoria da Transformação Social, onde o “modelo da parceria” - baseado primordialmente no “princípio da união” entre os dois sexos foi subjugado pelo “modelo da dominação” estruturado na supremacia do sexo masculino sobre o feminino.
Em uma entrevista sobre seus livros Eisler afirma que a imagem caricata do neolítico é simbolizada pelo homem das cavernas, que traz um porrete numa mão e na outra arrasta uma mulher pelos cabelos. Essa caricatura não só fala da dominação masculina, mas também de crueldade, violência e insensibilidade. No entanto, os estudos arqueológicos da arte paleolítica e neolítica não evidenciam essa caricatura nem mesmo remotamente. Pelo contrário, a arte na Idade da Pedra indica a dádiva da vida, não a sua eliminação, indica a parceria entre homem e mulher e não a supremacia de um sobre o outro.
Na verdade, a iconografia da Idade da Pedra indica que eles veneravam o poder de dar a vida. Ela escolheu “O cálice e a espada” para título do seu livro mais famoso porque são dois símbolos de poder. A espada é o símbolo da “dominação”, pois tem o poder de controlar, subjugar e tirar a vida. O cálice é o símbolo do acolhimento, do doar a vida e de nutri-la. A espada simboliza o falo. O cálice simboliza o útero.
Se na Idade da Pedra predominava o modelo da parceria entre os sexos, por que essa forma de organização social terminou e foi substituída pelo modelo “dominador masculino”?
Riane Eisler diz que há muitas teorias sobre isso. Uma teoria, que segundo ela é absurda, diz que isto aconteceu, quando o homem descobriu o seu papel na reprodução. Na verdade, esta hipótese está atribuindo ao homem uma burrice colossal. É claro que os homens viam os animais acasalando e associavam o ato ao posterior nascimento da cria.
Eisler aceita a teoria da existência de severas mudanças climáticas, que trouxeram muita seca e com ela a fome, fazendo com que enormes grupos populacionais migrassem em busca de sobrevivência, provocando o inevitável conflito com os grupos que já estavam assentados e que dispunham de meios de subsistência por viverem em regiões menos atingidas por tais mudanças.
Como na disputa pelo alimento, a força física e o manuseio de armas era mais importante que o acolhimento {inadequado numa situação de guerra}, o poder feminino cedeu lugar à força masculina. O sistema de parceria que havia moldado a civilização desde milênios cedeu lugar ao modelo dominador patriarcal.
Para compreender o modelo dominador patriarcal é necessário retomar as mudanças que foram sendo gradativamente assimiladas de, revolução em revolução, no longo percurso entre a humanidade primitiva até a atualidade.
Frederich Engels (1820-1895) foi um dos primeiros autores a contar essa história, tratada no livro A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado,onde denuncia a hipocrisia da instituição familiar, criada após a quebra da sociedade comunal e do surgimento da ‘propriedade privada’, que rompeu com o conceito de ‘nosso’ e fortaleceu a divisão entre o possuidor e o possuído, o que levou ao conceito de ‘herança’, ou seja, o desejo de transmitir ‘seus’ bens para os ‘seus’ descendentes, foram fatores determinantes para o surgimento do capitalismo e do Estado. Engels afirma que os valores da família tradicional se sustentam na subserviência da mulher e no patriarcalismo, servindo ambos apenas para a perpetuação do capitalismo.
Durante milênios os grupos pré-humanos e humanos foram nômades, viviam da coleta, da caça e da pesca. Não sabiam como produzir e conservar o fogo. Nestas condições, não havia individualidade, a família não existia. Sigmund Freud se refere a esse tempo como horda. As mulheres eram estupradas e o sexo se dava de forma animalesca. A Guerra do Fogo é um clássico do cinema e retrata muito bem esse momento da nossa história como espécie e do significado da tecnologia do controle do fogo para o avanço da humanidade.
Cena do filme “A guerra do fogo” (1981), de Jean-Jacques Annaud – imagem da internet
Richard Wrangham, professor de antropologia de Harvard, diz que as estimativas quanto as técnicas de cozimento dos alimentos são pouco precisas: algumas apontam que elas iniciaram há um milhão de anos, enquanto outras afirmam que começaram há apenas 50 mil anos. De qualquer modo, o autor acredita que o processo levou a uma divisão do trabalho entre os homens e as mulheres, pois cozimento impõe um atraso entre o momento da coleta de comida e o momento da refeição, o que significa que outros indivíduos poderiam roubar o alimento. Wrangham trabalha com a hipótese de um modelo simples de relacionamento social em que um grupo de indivíduos dominantes – os machos – protegeriam um grupo subordinado – as mulheres – encarregadas de cozinhar a caça trazida pelos homens. Segundo o pesquisador, esse padrão pode ser observado em muitas sociedades tribais, o que já o fez ser acusado de machismo.
https://hypescience.com/25920-cozinhar-nos-tornou-humanos/
No período nômade a disputa por alimento devia ser muito grande. Dominar a tecnologia do fogo foi um divisor de águas entre ser animal e ser humano. O fato de cozinhar o alimento permitiu que os seres humanos obtivessem uma enorme expansão do cérebro e consequentemente de suas habilidades. O domínio da tecnologia de produção e conservação do fogo foi a PRIMEIRA REVOLUÇÃO da humanidade. Contudo, por mais grandiosa que fosse, a utilidade do fogo não se resumia a cozinhar os alimentos, ele servia para iluminar a noite e o interior das cavernas, aquecer no frio e afugentar os predadores, fossem eles animais ou outros grupos humanos. É o que o filme A Guerra do Fogo mostra de maneira brilhante.
Depois do domínio do fogo se seguiu uma outra revolução de importância semelhante: A REVOLUÇÃO AGRÍCOLA! O ser humano deixou de ser coletor para plantar o próprio alimento. E mais uma vez isso mudou tudo!
É difícil saber quem veio primeiro. Se foram as técnicas agrícolas que promoveram o sedentarismo ou se o sedentarismo se tornou possível devido às novas técnicas agrícolas e pecuárias. O fato é que o desenvolvimento desse novo estilo de vida levou à formação de vilas, cidades e outras formas de comunidades.
De uma forma geral, os primeiros locais de assentamento de tipo ‘sedentário’ foram formados por pequenas aldeias de 100 ou 200 indivíduos. Quando as condições eram favoráveis, a população podia crescer notavelmente, como ocorreu em Jericó por volta de 8000 aC, época em que já existia uma fortificação que circundava o centro urbano. Com o passar do tempo, em diferentes partes do Mundo, surgiram grandes cidades, como entre os sumérios, egípcios e as civilizações do Vale do Indo.
Sigmund Freud, o criador da psicanálise, constrói a sua versão sobre o surgimento dos códigos da lei moral através do cumprimento das regras sociais. Freud não se dá ao trabalho de comentar os clássicos gregos, nem os autores do século 19 que analisam o papel da mulher nas sociedades ancestrais. Ele simplesmente parte do princípio que a sociedade sempre esteve organizada pelo e para o homem.
Em Totem e Tabu ele busca analisar a gênese dos totens – símbolos sagrados e respeitados – e dos tabus – proibições de origem incerta que cerceiam as liberdades individuais e coletivas de uma determinada sociedade. Para ele, estas são a origem de aquilo que mais tarde veio a se chamar direito penal, primeiras regulações que apareceram no seio das comunidades.
Freud constrói a história hipotética da “comunidade primeva”, constituída por um pai tirano e seus filhos, os escravos. Essa relação impedia que os filhos tivessem qualquer tipo de liberdade, já que o tirano tinha direito absoluto sobre tudo, incluindo as mulheres da comunidade. Os filhos, que ao fim se juntaram para aniquilar o opressor, praticam parricídio. Após a morte do pai, os filhos se dão conta que possuem força para fazer qualquer coisa, mesmo a mais tenebrosa, e que todos são tiranos potenciais. Logo, é necessário uma lei que organize a comunidade. Agora que as mulheres não são mais “privilégio” de um só homem, é preciso pensar em como serão ordenadas as suas relações com os demais membros do clã. A instauração da nova ordem explica a origem do tabu do incesto e, a partir dele, todos os outros. Sem entrar no mérito da teoria freudiana, o fato é que ele não levou em consideração a presença milenar da Grande Mãe. Ela era muito mais que uma simples mulher, ela representava a própria Natureza. Para entender isso basta compreender o significado dos símbolos venerados naquele passado longínquo. Há 10 mil anos a cidade de Jericó venerava Asherah, a Grande Mãe.
Asherah em alto-relevo cananeu / Crédito: British Museum
Ela não estava sozinha, seu consorte estava ao seu lado. A nudez dela e o falo erecto dele não deixam dúvida sobre o papel da sexualidade, considerada sagrada. Ela traz em suas mãos os alimentos que eram cultivados, essenciais para a manutenção da vida. Estar de pé sobre um leão, que simboliza a Natureza, mostra a identificação da Grande Mãe com a Natureza, mas não necessariamente dominação.
Antes da imposição do cristianismo pelo Império Romano, em toda a extensão, a Grande Mãe reinava absoluta. Contudo, levou muitos milênios para que sua transformação em Deus Pai se consumasse e, na verdade, ainda hoje podemos detectar os resquícios das antigas tradições. No Egito a Deusa Mãe era cultuada como a Deusa Árvore. Para os ditos ‘pagãos’ toda Árvore era Sagrada, assim como aquela da dava e nutria a vida.
A iconografia egípcia é vasta ao relacionar as deusas Hator e Ísis às árvores como a figueira, o pinheiro, a acácia e outras.
Hathor in the Sycamore" picture (from Tomb of Panhsy) courtesy of Chris Kingin http://sidneyrigdon.com/DRB/BEGIN/sycamore.htm
Frequentemente pinturas em tumbas mostram Hathor e Ísis inclinando-se de uma árvore para derramar vinho e oferecer pão às almas na vida após a morte, uma analogia com o sacramento da comunhão cristã. Merlin Stone faz exatamente essa comparação nas páginas 214-218 de seu livro, When God was a Woman (NY, HBJ, 1976), quando analisa a simbologia do sicômoro, que produz o figo selvagem.
Desde o início dos comentários rabínicos, os leitores do Gênesis têm tentado identificar a figueira sicômoro com a árvore bíblica do conhecimento do bem e do mal. Stone segue esse mesmo padrão, enfatizando o aspecto sexual de se ter conhecimento do bem e do mal. Ela também aponta a conexão entre as folhas da figueira e os órgãos genitais (uma associação também encontrada na religião mitraica). É provável que os devotos de alguns cultos de árvores se cobrissem ou se vestissem com folhas de árvores durante festivais especiais. Essas práticas podem ter ocorrido na adoração da Deusa Árvore Hathor e, de tão entranhadas nos costumes daquele tempo, foram aproveitadas pela iconografia rabínica da expulsão de Adão e Eva do paraíso, cobertos apenas com algumas folhas.
A figueira sicômoro é nativa da África oriental, floresce no Egito e é muito citada nos escritos hieroglíficos, mas, por ser árvore muito comum na Palestina, ela é citada igualmente na Torá e no Novo Testamento. Além dos frutos, sua madeira também era empregada na construção dos sarcófagos reais e estátuas.
Talvez a obra de arte mais famosa, feita com a madeira sicômoro e olhos de cristal, foi feita há 4.500 anos:
Considerada sagrada, a figueira era representada como uma deusa ou esta como uma árvore. A figueira era tida como manifestação das deusas Nut, Ísis e Hathor, intituladas “Senhoras da Figueira”. Sendo nativa do Egito, de tamanho e robustez úteis a diversas finalidades, a figueira sicômoro foi muito representada nas tumbas dos faraós, inclusive como símbolo do além vida.
Hathor, Nut e Ísis eram representadas como se fossem a própria árvore oferecendo comida e água ao falecido. Na tumba de Tutmose III, o faraó foi representado sendo amamentado no seio de “sua mãe Ísis” na forma de uma figueira. Na mitologia egípcia, Hathor tinha um papel especialmente importante na vida após a morte do falecido. Em representações de tumbas, o falecido era mostrado sentado sob ou próximo aos galhos de uma árvore (Hathor brotando do tronco) desfrutando da bebida oferecida pela deusa.
Cenas e inscrições mostram claramente uma ligação entre a Deusa da Árvore, o símbolo da renovação, e os mortos na forma do Ba, pois, na forma de um pássaro, a alma dos mortos era atraída e nutrida pela árvore. A identificação de várias divindades maternas como deusas das árvores também significava o papel acolhedor depois da morte: ser enterrado em um caixão de madeira era visto como um retorno ao útero da Grande Mãe.
A similitude da iconografia, da mitologia e dos cultos à Deusa Mãe no Egito e na antiga Canaã não podem ser desconsiderada quando se trata de entender os símbolos usados pelos primeiros patriarcas, pois que viveram no Egito. Tais símbolos foram assimilados, transformados e transmitidos no Antigo Testamento.
A história do Gênesis sobre o fruto proibido, os figos da ‘árvore do bem e do mal’ em Jeremias 24-8 e a maldição da figueira de Jesus nos evangelhos são todos mais bem compreendidos com o conhecimento do provável uso desse fruto nos cultos cananeus.
Os israelitas conheciam o figo silvestre (Amós 7:14) mas na época de Jeremias, pelo menos, os líderes religiosos não aceitavam mais qualquer uso do culto à árvore. A promulgação da história do Jardim do Éden foi parte de seu forte ataque às práticas não ortodoxas e o figo sicômoro foi denunciado como “o figo do mal”.
Israelite ceramic figure of a nude woman, identified as an Asherah pillar
A adoração de Asherah estava ligada ao culto de árvores em bosques sagrados pelos semitas, tradição que se estendeu até os celtas em toda a Europa. Bastava uma árvore frondosa para que a ligação mental surgisse, razão pela qual é dito no Antigo Testamento que Deus proibiu expressamente a presença de qualquer árvore junto ao Seu altar:
“Não estabelecerás poste-ídolo, plantando qualquer árvore junto ao altar do YHWH, teu Deus. Deuteronômio 16:21.
No Antigo Testamento um ‘Pilar Asherah’ é uma árvore sagrada ou algo que a represente, também chamado de ‘poste ou coluna”, que ficava perto de locais religiosos cananeus para homenagear a DeusaMãe Asherah. O culto a Asherah se estendeu por toda a região.
Referências às “colunas de Asherah” indicam que elas eram levantadas ao lado dos altares e, por ordem divina, tais peças foram derrubadas e a madeira usada como lenha para queimar seus “ídolos”.
Assim vocês tratarão essas nações: derrubem os seus altares, quebrem as suas colunas sagradas, cortem os seus postes sagrados e queimem os seus ídolos. Não ergam nenhum poste sagrado além do altar que construírem em honra ao Senhor, o seu Deus e não levantem nenhuma coluna sagrada, pois isto é detestável para o Senhor, o seu Deus. (Dt 7:5, 16:21)
Naquela mesma noite, o Senhor lhe disse: "Separe o segundo novilho do rebanho de seu pai, aquele de sete anos de idade. Despedace o altar de Baal, que pertence a seu pai, e corte o poste sagrado de Aseráque está ao lado do altar. Depois faça um altar para o Senhor, o seu Deus, no topo desta elevação. Ofereça o segundo novilho em holocausto com a madeira do poste sagrado que você irá cortar". (Jz 6:25)
Destruireis totalmente todos os lugares, onde as nações que possuireis serviram os seus deuses, sobre as altas montanhas, e sobre os outeiros, e debaixo de toda a árvore frondosa; e derrubareis os seus altares, e quebrareis as suas estátuas, e os seus bosques queimareis a fogo, e destruireis as imagens esculpidas dos seus deuses, e apagareis o seu nome daquele lugar. Assim não fareis ao Senhor vosso Deus. (Dt 12:1-6)
Porque também eles edificaram altos, e estátuas, e imagens de Aserá sobre todo o alto outeiro e debaixo de toda a árvore verde. (1Rs 14: 22,23)
E os filhos de Israel fizeram secretamente coisas que não eram retas, contra o Senhor seu Deus; e edificaram altos em todas as suas cidades, desde a torre dos atalaias até a cidade fortificada. E levantaram, para si, estátuas e imagens do bosque, em todos os altos outeiros, e debaixo de todas as árvores verdes. E queimaram ali incenso em todos os altos, como as nações, que o Senhor expulsara de diante deles; e fizeram coisas ruins, para provocarem à ira o Senhor. E serviram os ídolos, dos quais o Senhor lhes dissera: Não fareis estas coisas. (2Rs 17:7-12)
Pilar Asherah na cidade de Alexandria. Wikimedia Commons
Os textos antigos da cidade de Ugarit (1500 aC) se referem a ela como ‘Athirat’. A palavra ‘Asherah’ vem de ASHER, um termo hebraico que significa “feliz”. Apesar de não se conhecer detalhes dos ritos pagãos, sabemos que estes colocavam seus ASHERIM (pilar ou coluna), nos lugares considerados sagrados, tradição que permeneceu em Alexandria. Tais pilares poderiam ser literais usados em locais públicos ou domésticos, fartamente encontrados nas escavações em Jerusalém e cercanias.
Dois tipos principais de estatuetas de pilar da Judéia foram encontrados. Um tipo tem uma face comprimida para formar dois olhos (Esquerda, Foto: Museu de Israel, Jerusalém). O segundo tipo tem uma cabeça feita em molde com traços faciais definidos e fileiras de cabelo encaracolado.
(À direita, Foto: Metropolitan Museum of Art).
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