Estatueta de 23 000 anos descoberta em 2019 em Amiens, França.
Se no passado longínquo a representação da divindade era feminina, quando e como a Grande Mãe foi transformada em Deus Pai?
As representações humanas mais antigas que se conhece são pequenas estatuetas que datam de aproximadamente 26 mil anos atrás encontradas na Europa central. Eram figuras femininas, corpulentas, que destacavam sua função reprodutora, grandes seios, ancas avantajadas e ventre proeminente. Esculpidas na rocha, em ossos ou marfim, ou modeladas em argila, estas figuras foram chamadas de Vênus do Paleolítico (palaiós=antigo, lithos=pedra, "pedra antiga").
O corpo feminino foi o primeiro símbolo usado pelos humanos para representar a fertilidade, a capacidade de gerar a vida, e certamente a base para as primeiras formulações acerca de uma divindade protetora, que há 26 000 anos era a Grande Mãe.
Essa data (26 000 anos) é base de outro enigma: O Grande Ano de Platão, que se baseia no fenômeno astronômico chamado precessão dos equinócios, mencionado pela primeira vez pelo astrônomo grego Hiparco de Niceia (190-120 aC), matemático da Escola de Alexandria, local onde viveu.
Entretanto, a precessão dos equinócios é um fenômeno celeste conhecido desde a mais remota antiguidade. Os sumérios e egípcios já o conheciam como fica patente em um tablete de argila encontrado na Mesopotâmia.
O que é precessão dos equinócios? O planeta Terra realiza alguns movimentos importantes, o de rotação em torno do próprio eixo gerando a sucessão dos dias e das noites, o de translação em torno do Sol, que cria a sucessão das estações do ano, cujo conhecimento era fundamental para os povos antigos, e um terceiro movimento comparado ao bamboleio de um pião, descrevendo no céu um lento movimento circular no sentido leste-oeste, que se completa no período aproximado de 26.000 anos.
Ao longo deste vasto ciclo, a linha imaginária do eixo terrestre volta-se sucessivamente para diferentes regiões do céu, apontando para diferentes estrelas no seu longo curso de 26 mil anos. Atualmente o eixo aponta para a estrela Polaris, a Alfa da Ursa Menor, mas, dentro de 12 ou 13 mil anos, voltará a apontar para a estrela Vega, da constelação da Lira.
Este Grande Ano Sideral já era mencionado na Mesopotâmia e nos livros sagrados do hinduísmo. Embora bem mais longevos que a precessão dos equinócios (24 a 26 mil anos), os Vedas dividem o ciclo cósmico em quatro Yugas (idade ou era em sânscrito): Satya Yuga 1.728.000 anos,Treta Yuga 1.296.000 anos, Dvapara Yuga 864.000 anos e Kali Yuga 432.000 anos. Estas yugas significam: Era de Ouro, Era de Pata, Era de Bronze e Era de Ferro. Eles chegaram a estes números através de analogias. Por exemplo, um ano humano equivale a um dia divino e 12 000 anos divinos equivalem a 4 yugas.
O valor de 24.000 anos se se aproxima do cálculo astronômico moderno da precessão dos equinócios, que leva aproximadamente 26 mil anos. Assim, o ciclo yuga pode ter alguma base em ciclos terrestres conhecidas. Srimad Bhagavatam 3.11.19 (https://pt.qwe.wiki/wiki/Yuga)
Segundo os ensinamentos hindus:
Tais ensinamentos podem ser comparados com as concepções gregas sobre o tempo.
The Great Year - O Grande Ano Sideral de Platão
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